Leviatã Lyrics
- Genre:Metal
- Year of Release:2022
Lyrics
Às margens dos mares da Pérsia
Milênios antes da cruz
Um povo lamenta a derrota
O outro exerce seu jus
O poder sumério
Fora demais para o cais do inimigo
Na cidade em destroços
Seu povo não quer mais lutar
As leis da guerra são claras
Não há nada à quem perdeu
O exército invade a cidade
Tomando aquilo que é seu
Os generais sumérios
Mal podem crer em seus olhos
Na cidade em destroços, há ouro e escravos demais
Talvez um pouco demais
Por muitas gerações a paz dos clãs
Mantinha-se assim num balanço de forças
Reinava assim a lei anciã
Os mais sábios evitam que ela se distorça
Mas como dividir um tesouro assim
Que pode tornar alguém tão poderoso
Será o evento que marca fim
Os caprichos letais de um destino maldoso
Desconfiança pairando no ar
Mas quem verá a aliança quebrada
Continuam a recear
Até que só lhes reste a espada
Quanto ainda vão esperar a sentença ser dada
O povo conquistado gosta da tensão
Explodem revoltados, mas tudo é em vão
No fogo da urgência, o sábio tem um plano
Pedir a anuência da besta do oceano
O povo sumério reúne seus homens, pois o seu destino está a mercê
Vem a tempestade ao longe no céu, tomando tudo que se pode ver
Em busca da lenda que nunca se viu, ao povo sumério só lhes resta crer
Mas de repente há uma sombra sob o mar
Afoitos, os marujos vão lhe invocar
Das profundezas surge uma serpente que se ergue e diz
Qual a razão para invocares a minha voz
Perguntam os sumérios qual o preço pra ser seu juiz
O sacrifício do mais sábio entre vós
E o velho cede a vida pelo seu país
Está selado o acordo, descumpram e eu serei o seu algoz
E assim dividem os espólios
Alguns insatisfeitos com o seu monopólio
Até que surge um, querendo mais recompensa
Quando a serpente decide revelar sua onipresença
Esta é a sua sentença
E ele despenca sem vida
Ninguém mais quer tentar algo suicida
A punição é ter sua alma tolhida
Quão grande é seu poder?
A partilha está errada
Ela está insatisfeita
A divisão tem que ser perfeita
Mas como saber isso sem adivinhar?
Sacrifiquem mais homens ao mar
O plano da serpente
Desesperados, assim fizeram os sumérios
Um a um, sacrificando os mais velhos
Todos incluídos na terrível maldição
Mortos assim, sem saber qual razão
Quando então, um dos guerreiros decidiu se rebelar
Juntando seus homens, numa campanha em alto-mar
Na missão quase impossível para salvar sua nação
Pois são eles, agora, que estão em escravidão
Quem negaria que o êxito traria, à revelia, os conflitos de outrora?
Quem poderia garantir que sem a força da serpente haveria qualquer melhora?
E os sacrifícios feitos serão jogados fora?
A multidão quer impedir a tropa de ir embora
Que abdiquem eles, de sua liberdade
Partiram escondidos ao luar
E novamente está a sombra sob o mar
Das profundezas surge a serpente que se ergue e diz
Qual a razão para invocares a minha voz?
Exigem os sumérios que ela deixe de ser seu juiz
Somente se todos abdicarem do que foi dado à vós
E tropa segue firme na escolha infeliz
Neste caso preparem-se, pois eu serei o seu algoz
Ao abrirem os olhos
A tripulação remanescente se encontra em uma ilha deserta
Não sabem onde estão, não sabem quantos sobreviveram
E sua embarcação está destruída
Sua missão falhou, a serpente era poderosa demais
Suas famílias sofrerão as consequências
Neste momento, o líder dentre eles se levanta
Sua vontade ainda não se esvaiu
Ele olha para o horizonte
E entoa sua canção
Que o sol, Que o mar
Que os deuses do nosso lar
Não nos deixem ao vento da sorte
Que nos guiem no vale da morte
Que a dor, que o suor
Nos permitam um bem maior
E em troca não vou hesitar
Quando a minha hora chegar
E num gesto genuíno
Se levantam, aceitam o destino
Pois seu povo precisa que eles consigam voltar
E a morte que os consome
Um por um, na sede e na fome
Valerá se ao menos um deles voltar um dia
Mais de um ano passou
Sozinho está o guerreiro que retornou
Pode se ver que lhe fizeram um altar
E a divindade é a serpente do mar
Mas logo surge ao longe um pelotão
Querem levá-lo pra prisão
É o guerreiro que foi ao mar para atentar contra o nosso Deus
E a sentença para este crime é ser morto pelos seus
Como pode ser que seu povo lhe abandonou?
Como podem querer o domínio da besta que os escravizou
Um dos guardas, ressentido, decide por lhe libertar
Sem saber onde ir, sem respostas para si, vai buscá-las junto ao mar
Das profundezas surge a serpente que se ergue e diz
Enfim retornas ao seu destino
Quer saber o sumério o que foi feito com o seu país
Seu tolo
São eles que clamam pelo meu domínio
Desde o princípio se aproveitam do que eu determino
E o guerreiro lamenta as verdades em' vão
Mas num ato de compaixão
Pobre mortal
Se desejar sair do acordo, eu lhe dou permissão
Mas terá de fugir para longe, e não voltar nunca mais
E assim ele o fez, sem olhar pra trás