Ventos da Periferia Lyrics
- Genre:Hip Hop & Rap
- Year of Release:2021
Lyrics
Deambulo, o sonho é nulo, absorvo o mofo
Das ruas, tantas pinturas, olhos do povo
Visões metafóricas por poetas do concreto
Um Zé empobrecido é um Zé analfabeto
Admito, tem dias que vivo desacreditado
Com o mundo, materialista, desumanizado
A Mensagem nunca foi absorvida por toda a gente
Veio a nós o Quinto Império feito de cinco elementos
Crescimento material, propulsão do celestial
Humanismo condenado a um percurso decadente
Nascem novas frotas nascem novos ventos
Nascem novos modos morrem velhos tempos, eu sigo atento
Contemplo, cada ramo da árvore da vida
Nela pouso, o pensamento, da nostalgia
E cada folha, são composições sensoriais
Sentimentos irreais, alguns surreais
Março traz sinais do desejado brotar da flor
Pinceladas de aguarela, de amarelo verde e roxo
Somos, do tamanho de um grão no planalto
Sonhos, correm-me como um pneu no asfalto
Subi montanhas de momentos, com putos do meu tempo
Uns perderam-se não voltaram a ser os mesmos
Das lentes da maturidade verás a verdade
É verdade, nem tudo o que é certo é realidade
Assíduos de café em café, eles filosofam
E contra esses, meus argumentos, eu fi-los órfãos
Davam um rim, pra me verem sem os órgãos
Já bastam, os maldizeres que eles me rogam
Sonetos de uma morte que eu conheço
Felizmente, quando for vou sem tapete, e sem terço
Sou mais do que isso, do ser que eu penso
Quero ser livre, do mal que adenso
Propenso ao peso
O peso que carrego nos meus olhos são reflexo
No espelho a silhueta lembra-te um irmão mais velho
Nem sempre, o sol brilha num dia de Inverno
E sempre, que penso nisso fujo do incerto
É certo, o peso que carrego nos meus ombros
Culpa de eu andar às turras e de sofrer vários tombos
Por perto, eu deixo só aqueles que eu mais quero
É certo, mesmo que me falte água no deserto
Mas nem assim eu morro à sede, o quê que tu queres fazer
Quarenta anos no deserto eu nem fiquei um mês
Um puro nauta, navego no oceano da vida
Em busca de terra firme para atracar nessa ilha
Espiritual a conquista, antitético da indústria
Uma tem contrato, a outra tem música
Uma é entretenimento, passa fatura
A outra uma bela forma de arte, não se mistura
Realizado quando acordo e cada vez mais grato disso
Chega de viver preocupado por um objetivo
Que se não for realizado ele vai acabar contigo
Isso é certo e sabido
Pensa por ti questiona-te, tu por favor informa-te
Cuidado com as redes, manipulam-te, deformam-te
Formam, um ideal ideal a seguir
Se tás de fora vale, carnaval, nunca foi para mim
Tou a falar por mim, eu não condeno
Já dei uns pregos de ir prego a fundo
Mas lá no fundo, sei o que prego
Não são mistérios, tenho critérios
Vender a arte, é vender a rata, é vender o reto
Não ter ás de espadas e jogar o sete
O resto, um gajo já sabe o que acontece
Então reflete ou emite a luz
Não imita porque, não te fica bem, só te fica estúpido
Essas areias movediças sugam-te lentamente
Vê se não te arrependes, pra no futuro quereres presente
É o maior tormento, pensar e não ter feito
Sem feitos, viver a felicidade no imperfeito
Aceito o meu fado, aceito-o é claro
Adoço-o como posso, com clareza no traço
O importante é ter saúde o resto é bola no espaço
Viver cada segundo, mas sem vivê-lo demasiado
O peso que carrego nos meus olhos são reflexo
No espelho a silhueta lembra-te um irmão mais velho
Nem sempre, o sol brilha num dia de Inverno
E sempre, que penso nisso fujo do incerto
É certo, o peso que carrego nos meus ombros
Culpa de eu andar às turras e de sofrer vários tombos
Por perto, eu deixo só aqueles que eu mais quero
É certo, mesmo que me falte água no deserto
O peso que carrego nos meus olhos são reflexo
No espelho a silhueta lembra-te um irmão mais velho
Nem sempre, o sol brilha num dia de Inverno
E sempre, que penso nisso fujo do incerto
É certo, o peso que carrego nos meus ombros
Culpa de eu andar às turras e de sofrer vários tombos
Por perto, eu deixo só aqueles que eu mais quero
É certo, mesmo que me falte água no deserto